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terça-feira, 29 de abril de 2008

tempo demais .

(   Meia luz. Chuva forte. Lembranças e o medo. Ah, sempre o medo. Ela se encontrava, como de costume, sentada  na poltrona com um caderno de anotações na mão. Esperava que alguma coisa lhe viesse à mente para passar o tempo nessa noite um tanto monótona. O perfume. Ela sentiu o perfume que tantas recordações trazia. Realmente, não - “céus, essa não é uma boa hora” – para senti-lo tão próximo. Era tempo demais. Na verdade, não lembrava nem qual era o nome do perfume que ele usava. Se lhe vinha à memória justamente agora era só porque sentira o aroma. Ele devia fazer de propósito quando chegava bem perto e a abraçava forte. Talvez fosse para ela levar embora um pouco dele. Ao menos a impedia de esquecê-lo – “como se isso fosse possível”. Ela procurava deixar um pouco dele em cada canto para poder dormir achando que ele a protegeria. Nunca funcionou. Agora não precisava mais de truques para encontrá-lo em tudo a que se voltava. Não o procurava mais. Nem o perfume. Deslize. Já se passara tempo demais.   )

quinta-feira, 24 de abril de 2008

um dia, amor .

É que, na realidade, eu tenho muito mais coisas pra pensar nesses últimos tempos. Nenhuma delas incluem você, amor. Porque antes, os minutos extras que me sobravam eram preenchidos por textos que não iam ser entregues.  Hoje, talvez, eu já nem ache tão ruim assim o tempo que me falta. Tenho assuntos a serem resolvidos e histórias prestes a serem inventadas que vão muito além do seu egoísmo de querer ter todos os meus pensamentos. Engano seu em achar que eles são seus. Um dia, meu bem, quem sabe.   )

 

maria cláudia   .

quarta-feira, 23 de abril de 2008

sobre sua voz e meu falso arrependimento .

(   A sua voz quando atende o telefone no meio da madrugada é a coisa mais reconfortante que eu poderia ter agora. Você se faz de bravo e eu peço mil desculpas. Falso arrependimento. Eu sei que não é pra tudo isso. Mas eu acho tão linda a sua voz de sono que eu até ficaria ali, só ouvindo palavras do seu mau-humor, até o amanhecer. Eu bem sei que amanhã você não vai se lembrar de uma palavra dita, nem sequer que eu te liguei no meio da noite. Vai me pedir pra contar o que conversamos. E, nossa, vai dar aquela risada gostosa quando eu te contar as besteiras que disse enquanto dormia. Eu me lembro, você disse “Eu te amo, Má” ao desligar o telefone sem se despedir. Você sempre usa o tom certo pra me deixar meio boba. Você sabe disso? É incrível. Eu sempre tenho uma vontade imensa de te abraçar, porque você consegue ser a pessoa mais agradável que existe quando quer.   )