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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

o André que eu conheço .

-Ela é melhor que você! (ela é melhor…ela é…).

Você não precisava ter me dito isso. Se você realmente acha que ela é tão melhor assim, então o que ainda está fazendo aqui? Aproveita que ela está perto, logo ali na esquina, e vai. Vai logo e não olhe pra trás, não. Mesmo sabendo de todos os seus defeitos, pra mim você é incomparavelmente melhor que qualquer outro. Mesmo que não fosse, eu ia pelo menos ter o bom senso de não te dizer. Não sei se te ensinaram, mas há coisas que não precisam ser ditas. Há coisas que magoam. Agora elas são como o eco. Por mais que eu feche os olhos, me concentre, aquelas palavras soam repetidas, sistemáticas. Talvez você nem tenha falado nesse mesmo tom que eu me recordo. Quem sabe você nem estava com toda essa raiva estampada no rosto. Só que é assim que eu me lembro de você naquele instante. Aliás, naquela hora, naquele momento (que mais pareceram uma eternidade), você não era o André que eu conheço. Eu me assustei. O André que é o meu garoto não ia dizer nada que me magoasse. O André que me faz sorrir não ia deixar que as lágrimas escorressem sem limpá-las. O André por quem eu me apaixonei ia simplesmente falar: “não, Má, você é melhor que todas.”   )

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

(   Você é orgulhoso demais para pedir desculpas. Mas quem sabe eu que seja frágil demais com palavras.   )

terça-feira, 14 de outubro de 2008

sobre o equilíbrio .

(   Não sei se você não percebeu ou se ainda não sabe, mas nós fomos feitos um para o outro. Talvez seja um exemplo perfeito do que chamam de equilíbrio. Chega a ser engraçado quando minhas crises emocionais trombam, se esbarram com seu racionalismo. Eu, sempre exagerada, quase morro todos os dias. Quase morro de saudade. Quase morro de ciúme. Quase morro de vontade de te ver. Você até pode se sentir assim também, mas isso eu nunca vou saber. Seu autrocontrole está acima de tudo. Eu me mostro, grito, chamo seu nome. Que nem esse texto que me expõe totalmente. Eu não tenho medo. Você bem sabe que eu sou capaz de falar coisas bonitas a toda hora. Posso sussurrar em seu ouvido o tamanho do que eu sinto a cada segundo. Quero ficar abraçada…Ah, ficar em seus braços pra sempre. Enquanto você sabe a hora exata de falar, de dizer que “sim, é eterno”  e, assim, me acalma. Aliviar meu coração. É impossível pensar em qualquer coisa ruim quando se olha em seus olhos. E seus olhos, eles nunca mentiriam para mim, já que meus sorrisos são todos pra você.   )

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

carta ao telefone .

( Eu não sei ao certo o que está se passando na sua cabeça agora. Bom, também preferia não querer saber. Você conhece esse meu pessimismo, essa minha paranóia que só te afasta, que só te faz não saber mais de nada. Que só aumenta o meu medo. É, sempre a mesma história. A mesma história irritante. Eu sempre tão emotiva, tão de momento e você sempre tão racional. Sabe, eu te admiro muito, esse seu jeito de manter as coisas sob controle. Bem que às vezes eu poderia ser assim, né? Eu sei que canso, que enjôo, que você não está gostando. Eu sei que você deve estar com aquela vontade de desligar o telefone na minha cara se eu não parar de falar bobagens. Essas bobagens que me fazem lembrar de você a todo instante, que me faz ouvir seu riso. Faz esse coração bater tão rápido que parece querer sair. Grudento demais. Eu só quero ser o melhor pra você e fazer de mim um pedacinho seu enquanto te tenho. Deixar tudo de mim para que você se lembre, nem que for daquela sua “namorada paranóica e pegajosa”. Eu te acho lindo, lindo rindo e sério. Lindo de cabelo bagunçado e me deixando com vergonha. Não importa mais o tempo. Mesmo que um dia eu não te tenha mais por inteiro, sempre vou ter o suficiente. Que tá guardado aqui dentro, olha. E quando lembro disso, nada mais importa. Eu sei que é pra sempre. Te amo muito.   )

 

maria cláudia .

terça-feira, 23 de setembro de 2008

fica .

( Uma coisa que eu penso quando fecho os olhos? Ah, a minha cabeça, sabe, encostada no seu peito e o nosso silêncio. Acho que a gente tinha muito mais do que palavras. Na verdade, eu só queria estar ali.  Você me tem por inteira e eu tenho certeza que, ao menos naquele momento, você não tinha a menor dúvida. Com você eu me sinto completa. Sim, eu sei que sempre falo isso. Mas é estranho ter que admitir. Logo eu, que sempre acreditei que ninguém tinha o poder de completar ninguém. Creio que com você seja diferente. Poxa, tudo com você é diferente. Quem sabe seja pelo fato de me apaixonar por você a cada gesto, a cada coisa que você fala e sempre, sempre me derrete. E se você  me agora o que eu quero pro meu futuro? Eu só vou dizer? vem, deita aqui do meu lado e, por favor, fica. Se possível, pra sempre.  )

 

maria cláudia   .

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

(   Tudo o que a gente nunca fez juntos. Dois anos e meia e a gente nunca assistiu um filme assim, abraçadinho. Mas tem que ser aqueles romances baratos, que tem a minha cara, pra quando meus olhos encherem de lágrimas eu poder lembrar, pelo menos uma vez, que você está do meu lado. Ah, e também tem aquela de ficar num lugar incomum, não mais no nosso lugar. Numa construção, talvez? Dentro de um ônibus? Ou quem sabe ali, naquela escadinha que tem perto da linha de trem, naquele lugar das flores miúdas? Eu acho bonito lá, sabe. Tem todas aquele mistério e o céu. O céu lá é lindo. Incrível mesmo. Eu tava aqui pensando com um sorriso bobo. Você ainda se lembra daquele dia que você insistiu pra ir embora porque ia chover e eu te enrolei só pra gente ficar andando na chuva? Tava frio, mas não tinha problema. A gente achava qualquer cantinha pra se esconder, usando uma desculpa pra poder conversar mais um pouco. Você me encanta. Você me encanta de tal maneira que me faz perder todo o medo. E eu nunca imaginei que pudesse ser assim. Eu te amo.   )

domingo, 21 de setembro de 2008

sobre o tempo .

(   Eu só sei falar de tempo. De tempo e distância. E é inevitável o fato dos meu olhos se encheram de lágrimas. Quase como uma obsessão por olhar o calendário e desejar com todas as forças que os dias se desdobrem, se multipliquem. Dizem que o tempo cura tudo. Tremendo equívoco achar que mágoas vão ser lavadas, que corações vão ser reconstruídos em questão de horas, dias, anos…O que ele é capaz de fazer com tremenda habilidade são somente separações. E o que o tempo separa é difícil aos homens, meros mortais, juntar novamente. Talvez por preguiça, por medo do que já estava escondido no passado, guardado no seu devido lugar. Assim, perdemos amigos, oportunidades. Perdemos amores (‘por que ele se foi?’ - ‘ah, foi questão do tempo’). Pois é, nada mais triste.   )

sábado, 20 de setembro de 2008

vai indo, má .

(  “Vai indo que eu fico te olhando até você entrar. A cidade anda perigosa, você sabe.”. E eu fui. Dei um beijo de despedida e fui.  Mas ao fechar o portão não pude evitar de olhar para trás. Você ainda estava lá, virando-se, para então ir embora. Sorriso.  )

 

maria cláudia   .

quinta-feira, 31 de julho de 2008

onde ela anda agora? .

(   Palavras mudas em voz de veludo e tudo mudo. Adeus velho mundo.”

Porque você era tudo, menos meu amigo. Logo você, que já foi muito pra mim. Agora suas explicações injustificáveis sobre algo que foi dito no auge de mais uma das nossas discussões. Ah, se fosse a primeira vez! Tudo, tudo teria perdão. Mas não, é sempre a velha e pertinente história que nunca muda. Eu é que sou cabeça dura demais e não desisto na primeira queda. Acho que nem na segunda, terceira… Acho que deixei (deixamos) que qualquer gesto, qualquer palavra destruísse o que havia de mais bonito, mais admirável entre nós. Tínhamos prometido que restaria amizade. Sempre. Onde ela anda agora? Acho que quebramos nossa promessa. Sem querer. E, por favor, não me venha com pedidos de mil desculpas. É mais fácil. Não que eu diga que a culpa seja de alguém. Houve apenas inconseqüência em excesso e teimosia demais para admitir que estávamos no caminho errado.  )

dois ou três dias .

(   Cama. Olhos fixos no teto.  As horas bem que podiam passar, sair do agora o mais depressa possível. O aperto no peito tem ficado mais intenso nesses últimos dois ou três dias. Tudo que eu preciso é fechar os olhos e esquecer apenas.  Mudar os dias. As palavras ditas. Abrir os olhos novamente e ver que tudo não passou de um grande mal entendido. Mas as coisas nunca são tão fáceis, ainda mais  para pessoas que oscilam nos extremos. Como eu.  E você. Perdi o controle e deixei a situação ir longe demais. Irreversível. Sabemos que na mesma proporção com que não conseguimos nos distanciar somos capazes de magoar um ao outro. Você sempre teve o poder de me tirar do sério, essa é a verdade. Só que dessa vez… dessa vez fomos longe demais.    )

maria cláudia .

segunda-feira, 28 de julho de 2008

todos os dias a partir daquele .

(   Sem querer aquele dia insiste em voltar em meus pensamentos tão rapidamente quanto o desejo inquietante de querer esquecê-lo. Naquela época, você era uma completo desconhecido para mim. Literalmente. O melhor amigo do meu rolo, nada mais. Aquele que eu só tinha ouvido algumas histórias de quase-irmãos. Só que um dia você apareceu. Deu um sorriso e me olhou nos olhos, rapidamente. Não teve oi, nem meias palavras. Você nem sequer me notou, mas eu quis desesperadamente esquecer o seu sorriso. Esquecer o seu sorriso para aliviar a culpa por lembrar de você todos os dias a partir daquele.  )

quinta-feira, 10 de julho de 2008

sobre saudade, olhos e palavras .

(   Eu sabia que você estava com saudades também. Não adianta mais tentar me enganar. Ou então me engane de uma forma mais convincente. Não vou fingir que não caí na sua farsa. Quase. Você quase me enganou e me deixou descabelada. É chato pensar que só eu sinto saudade. Sensível demais. Vulnerável demais. Muito eu, pouco você. Mas ontem… Ah, ontem a sua boca dizia o que seus olhos negavam. Por mais que insistisse que tinha ficado bem na minha ausência, realmente não era isso que seus olhos lutavam por esconder. Bobinho. Afinal, por que esconder? Eu não entendo. Só que achei lindo. Lindo mesmo. E seus olhos brilhavam tanto que até esqueci das suas palavras.   )

quinta-feira, 29 de maio de 2008

vazio, realmente .

(   Vlúvel, quem sabe. Já bolei mil estratégias para tentar decifrar isso que se passa dentro de você. Isso que pode ser tudo, menos amor, acredite.  Não tente insistir olhando dentro dos meus olhos. É capaz deles acreditarem de novo. Talvez seja pelo fato de me parecerem tão sinceros. Porque, realmente, não acredito que alguém seja capaz de amar e ao mesmo tempo agir de forma tão contraditória. Suas palavras me magoam e por um instante tudo o que já me disse parece vazio demais.   )

 

maria cláudia .

quarta-feira, 21 de maio de 2008

previsão .

(   “Marte em Áries nos deixa impulsivos, diretos, audaciosos. Cheios de iniciativa. Probabilidade de apaixonar-se por quem não deve.”

Ah, mas eu nunca acreditei nessas coisas. Tão superficial. Tão prévio. Abrangente. Tão diferente de…de mim. Por que será então que me apaixonei por você? Logo agora. Aquele dia e a hora marcada pra você me deixar disseram tudo. Eu sei, você já tinha me explicado como seria. E eu fui, mesmo assim. Se a previsão me avisasse como eu ia ficar, como eu fico hoje, talvez não tivesse feito. Já foi. Apaixonei por quem não devo. Bem que o horóscopo me avisou. Quem sabe eu é que sou previsível demais.   )

terça-feira, 29 de abril de 2008

tempo demais .

(   Meia luz. Chuva forte. Lembranças e o medo. Ah, sempre o medo. Ela se encontrava, como de costume, sentada  na poltrona com um caderno de anotações na mão. Esperava que alguma coisa lhe viesse à mente para passar o tempo nessa noite um tanto monótona. O perfume. Ela sentiu o perfume que tantas recordações trazia. Realmente, não - “céus, essa não é uma boa hora” – para senti-lo tão próximo. Era tempo demais. Na verdade, não lembrava nem qual era o nome do perfume que ele usava. Se lhe vinha à memória justamente agora era só porque sentira o aroma. Ele devia fazer de propósito quando chegava bem perto e a abraçava forte. Talvez fosse para ela levar embora um pouco dele. Ao menos a impedia de esquecê-lo – “como se isso fosse possível”. Ela procurava deixar um pouco dele em cada canto para poder dormir achando que ele a protegeria. Nunca funcionou. Agora não precisava mais de truques para encontrá-lo em tudo a que se voltava. Não o procurava mais. Nem o perfume. Deslize. Já se passara tempo demais.   )

quinta-feira, 24 de abril de 2008

um dia, amor .

É que, na realidade, eu tenho muito mais coisas pra pensar nesses últimos tempos. Nenhuma delas incluem você, amor. Porque antes, os minutos extras que me sobravam eram preenchidos por textos que não iam ser entregues.  Hoje, talvez, eu já nem ache tão ruim assim o tempo que me falta. Tenho assuntos a serem resolvidos e histórias prestes a serem inventadas que vão muito além do seu egoísmo de querer ter todos os meus pensamentos. Engano seu em achar que eles são seus. Um dia, meu bem, quem sabe.   )

 

maria cláudia   .

quarta-feira, 23 de abril de 2008

sobre sua voz e meu falso arrependimento .

(   A sua voz quando atende o telefone no meio da madrugada é a coisa mais reconfortante que eu poderia ter agora. Você se faz de bravo e eu peço mil desculpas. Falso arrependimento. Eu sei que não é pra tudo isso. Mas eu acho tão linda a sua voz de sono que eu até ficaria ali, só ouvindo palavras do seu mau-humor, até o amanhecer. Eu bem sei que amanhã você não vai se lembrar de uma palavra dita, nem sequer que eu te liguei no meio da noite. Vai me pedir pra contar o que conversamos. E, nossa, vai dar aquela risada gostosa quando eu te contar as besteiras que disse enquanto dormia. Eu me lembro, você disse “Eu te amo, Má” ao desligar o telefone sem se despedir. Você sempre usa o tom certo pra me deixar meio boba. Você sabe disso? É incrível. Eu sempre tenho uma vontade imensa de te abraçar, porque você consegue ser a pessoa mais agradável que existe quando quer.   )

terça-feira, 25 de março de 2008

Alice .

(   O céu está pesado. Nenhum sinal de que a chuva irá cessar. E o pior, é domingo. Alice se cobre com o lençol, finge que está dormindo, conta até dez e brinca de acordar de novo. Nada muda. Fecha a cara e se encolhe num canto. Meio assim, emburrada. Ela costuma esperar todos os dias. Todos os dias da semana. A semana toda. Alice bem sabe como é a solidão de passar a semana toda na espera. No aperto dentro do peito. Na vontade crescente. A ela, só resta se conformar. Se não é como quer, contenta-se com o que é. Abaixa a cabeça, abaixa a voz. “Tudo bem, deixa pra lá” – diz num meio sorriso sem graça. Pobre menina, a culpa não é sua. Se não pode ser hoje, bem, ela entende. São sinais. A chuva diz que hoje, o agora não é o momento certo. Desculpas. Alice só não quer fazer acontecer, por medo prefere apenas aguardar o retorno dos domingos de sol.É, fazer o que. Alice só não sabe que as coisas, quando acontecem por  inércia, demoram muito ou, quem sabe, nunca aconteçam. Conforme-se, menina, conforme-se mais uma vez.    )

maria cláudia .

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

pela metade .

Mesmo gostando de você assim, do jeito que eu gosto. Mesmo por eu ainda me sentir confortável só de ouvir seu nome. Eu prefiro não estar contig agora. Não que eu prefira, é que me faltam escolhas. É melhor não te ter mais a te ter pelas metades. Sabe aquele negócio que a gente não quer mais as migalhas depois que tem o todo? Nós já fomos o todo, já pudemos andar de mãos dadas e tivemos o privilégio de não ter que esconder de ninguém  como era bonito o que a gente sentia.  Eu prefiro não te ver a ter que te encontrar às escondidas por aí. Sem saber quando nem onde. O incerto me assuta, sabe. É me pedir demais. Você  bem sabe que dispensa para mim só o que te sobra, o tempo livre, o mau humor depois de um dia de trabalho. Enquanto eu, sempre inteira, ouço teus problemas e procuro estar atenta  a qualquer chamado seu, mesmo em dias péssimos. Você nem sequer percebe que eu não estou bem. Pra você está tudo sempre tão bonito, não é?  Você sempre me encontra cheia de sorrisos e com paciência de sobra para compreender sua distância. Não digo que não goste de mim. Eu sei que gosta, de verdade. Só que deixou o tempo passar e aprendeu a encher sua vida com outras coisas, outras pessoas, outras metades que não são a minha. E esse viver eterno de saudade que não cessa nem depois dos nossos encontros? Eu me sinto sozinha, mesmo estando juntos. Não do meu jeito, mas juntos, enfim.  Você me dz, nas nossas ligações de meio de semana, que não sente minha falta e eu finjo não ligar. Eu conto os dias e torço para que a semana acabe logo, na realidade. Eu sei que vou querer desistir disso tudo e vou ter que tirar o telefone do gancho só para não poder te ligar daqui dez…cinco minutos.  Vou arranjar quantos compromissos forem possíveis em um único dia para não sobrar tempo  de me sentir culpada por saber que posso estar errada. Não quero pensar que posso estar jogando tudo o que mais gosto, os melhores dias, assim, pro alto, como se não significassem nada para mim. Só que é exatamente o contário. Por significarem tanto é que prefiro lembrar só de como éramos no começo. Mas acho que isso você nunca vai entender. Eu também não entenderia. É até melhor, porque eu seique essa nossa conversa é definitiva. Você vai jogar toda a culpa do adeus em mim e vai relembrar todos os meus erros. E eu vou abaixar minha cabeça pra tentar me convencer que  realmente eu quem fiz tudo errado. É só pra não ter que desfazer a idéia de como você me fez tão bem um dia. Como eu me sentia importante quando conseguia vencer sua barreira e ganhava um abraço seu. Mas se um dia  também se cansar do pouco e sentir saudade, por favor, me liga. Eu vou estar aqui, inteira mais uma vez, esperando que você diga que ainda me ama.   )

maria cláudia .

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

carta .

(   Ela liga o chuveiro e fica observando a água gelada cair lentamente. Tomando coragem. É o melhor jeito que ela encontra pra conseguir pensar quando suas idéias se confundem. Não se mexe de tão imersa que se encontra em seus próprios pensamentos. Na verdade eles estão muito, muito longa e na  carta que acabara de receber. Ou mais ainda, na pessoa a quem aquelas palavras pertenciam. Não era possível, depois de tanto tempo. Agora que já não esperava mais por ele nem mais se perguntava por onde ele andava, seu endereço, se estava bem. Pensa que foi até melhor não ter recebido notícias nenhuma. Acha engraçado e sorri ao ver o esforço que ele fizera em lhe escrever uma carta tão bonita quanto aquela. Logo ele! Até tentar caprichar na letra ele tentou, olha. Tão diferente da carta de despedida que havia encontrado quando ele se foi. Ele que costumava dizer que não era bom com as palavras, pois bem, olha só que grande mudança. Era a coisa mais linda que ela já havia lido. Nada de rodeios, nada de palavras raras que servissem como algum consolo. Nada de desculpas.  Como ele. As lágrimas misturavam-se com gotas. Dias de sol, de chuva, filme, risadas, vazio, solidão.  E em meio aos flashes que lhe vinham à memória e a tantas frases desconjuntas, uma apenas o redimia por todas as noites que ela pensou nele sem conseguir dormir. As duas últimas linhas. Definitivas: “eu te quero sempre, todos os dias.  Eu penso em você, mais do que eu poderia imaginar ou querer. Eu te amo. Eu te prometi uma vez que isso não ia mudar. Nunca.”. Ela já sabe. Quando desligar o chuveiro irá pegar um papel pequeno e uma caneta. Num bilhete mal escrito irá colocar umas poucas palavras. “Volta. Eu sempre te esperei.”.  )

maria cláudia .

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

é só mais um desses dramas .

(   Pensa ela ao enxugar uma lágrima furtiva numa dessas costumeiras noites chuvosas de janeiro. Segurando seu travesseiro como se ele fosse envolvê-la num abraço apertado. No chão, restos de pipoca e chocolate quente. Aperto. No peito.  Ela não entende porque insiste em colocar romances para rodar nesses dias. Mas coloca. Ele ainda faz falta.   )

 

maria cláudia  .

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

oi .

(   Tudo bem? Desculpe ligar a essa hora. É que eu precisava te ouvir um pouco. Mesmo. Como assim quem é? Eu sei que você sabe que sou eu. Você só não quer admitir que ainda reconhece minha voz. Na verdade, eu me controlei ao máximo para nunca mais pegar esse telefone e me esforcei para esquecer seu número, ao menos. Só que tem coisas que, por mais que eu adie, precisam ser ditas. Então, não me atrapalha, por favor. Deixa pra falar só depois que eu tiver terminado. Você sabe como eu tenho dificuldades em falar essas coisas. É, eu sei que gaguejo quando estou sob pressão. E eu tenho certeza de que você ainda se importa. Como? Se não se importasse não estaria com essa paciência toda, a essa hora da madrugada, ouvindo minhas bobagens. Não, não dá risada, não! Não parou ainda com essa mania de dar risada de coisa séria? Eu aqui, toda apreensiva, achando a melhor forma de falar e você aí. Rindo. Não me atrapalha, não vem falar que eu fico bonitinha quando pareço brava. Você tá fazendo isso pra eu perder o que ia falar e ficar mole, né? Como eu sei? Conheço sua técnica. Você sempre soube que eu fico meio boba quando você começa com essas coisas. Você faz isso de propósito? Não fala nada, eu sei que faz. Por que tá tão quietinho? É verdade, eu que pedi. Isso mesmo. Mas quer saber? Agora já nem sei mais o que eu ia falar. Esqueci o discurso que acabei de decorar antes de te ligar. Lógico que a culpa é sua! Só que no fim eu sei que você não gosta de mim, só que eu começo a achar que gosto mesmo de você. Não me pede pra explicar, tem coisas que eu sei e pronto. Viu!? E você não gosta mesmo, porque nem tentou discutir comigo dessa vez.  Você lembra como a gente costumava ter discussões de brincadeira? É, eu sinto mesmo saudade daquele tempo. Vou parar de enrolar. Eu só liguei pra dizer que to sentindo a sua falta. Eu sempre sinto saudades demais, eu sei. Ve se volta pra me ver um pouco, tá? Aham, vou ficar aqui. É. Mesmo endereço, não mudei nada. E olha, eu não tava brincando, eu gosto de você. Tá, tudo bem que agora era a sua hora de falar. Tudo bem, eu finjo que acredito. Aham, era só isso sim. Se cuida, viu? Olha. Boa noite (meu menino)! )

maria cláudia .